quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Road Trip 5 - De Natal para o Natal

O fim de tarde e noite em Montes Claros foi mais divertido do que eu esperava. Saímos pra andar um pouco pelo centro da cidade, mais por obrigação do que por vontade.

Da janela do quarto dava pra ver uma igreja, fomos até lá e vimos que ia ter uma apresentação de seresteiros na praça. Como só ia começar às 18:30 deixamos pra voltar depois. Pegamos pipoca numa carrocinha da praça e continuamos caminhando.



Muita loja com roupa estranha, bombonieres e armarinhos. Encontramos então mais uma praça, onde estava se armando uma feirinha com comidinhas e artesanato.




Jantamos na feirinha, um prato feito de arroz com pequi, feijão tropeiro, farofa de carne e vinagrete e um prato de carne de sol com mandioca.





Depois voltamos pra apresentação, vimos um coral e um grupo de seresteiros. Muita música natalina, ficamos cansados logo e voltamos pro hotel descansar.




O trecho Montes Claros, Uberlândia é o mais longo da viagem, então decidimos sair bem cedo. Acordamos às 6, café e rua. Apesar de ser o mais longo não tinha nada de novo, sem fotos dessa vez. Acho que estamos cansados de viajar.

O ponto alto da viagem foi chegar perto de Patos de Minas, onde fica o "Cinturão da Pamonha". A Re sabia de um lugar que tinha uma pamonha famosa, mas a quantidade de cartazes para pamonharias, "casa da pamonha" era enorme.

Como o tanque estava pela metade decidimos abastecer e pedir informações.

Eu: Oi, por acaso você sabe de um lugar por perto que tem uma pamonha famosa...

Frentista 1: O Aguinaldo da Pamonha.

Eu: Esse. Como chega lá.

Frentista 1: Seguindo na estrada tem um trevo feio, faz o retorno pra pegar pra esquerda.

Frentista 2: Ele tá indo no Aguinaldo da Pamonha?

Frentista 1: É.

Frentista 2: O trevo tá sendo construído, tem que fazer o retorno mais pra frente, viu.

Cara-que-tava-enchendo-o-tanque: Prá ir pro Aguinaldo não tem erro, não, faz o retorno quase no outro posto, é uns 2km pra dentro da BR.

Frentista 2: O trevo é bem feio. Mas até a copa que vem eles acabam.


Com tanta propaganda eu tinha que checar e devo dizer que a pamonha do Aguinaldo é boa mesmo. Comemos uma doce e uma salgada (com linguiça e queijo). Eu compartilhava a opinião da mãe da Renata, que pamonha salgada é desperdício de boa pamonha, mas no Aguinaldo eles tem a opção da pamonha frita. Pamonha salgada frita é fenomenal. Deu vontade de agendar uma volta por Patos de Minas. Como não dá, compramos uma porção de pamonha para comer com a família, infelizmente a porção virou porcinha, tá com muito mais gente do que pamonha. Ainda bem que Natal é tempo de compartilhar.

O resto do caminho não teve erro e logo chegamos em Uberlândia e na casa alugada para toda a tropa.

Terminamos a primeira e mais longa etapa da nossa viagem, saíndo de Natal para passar o Natal com a família.

Não sei se passo por aqui antes, mas para todos fica o meu Feliz Natal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Road Trip 4 - De volta ao Sudeste

A noite em vitória da Conquista guardava ainda uma surpresa, frio. Não sentia frio desde Florianópolis e francamente não esperava por isso na Bahia.

Batemos uma foto depois do jantar, olha a gente passando frio com Vitória da Conquista ao fundo.


Saímos quase 8 da manhã em direção à Montes Claros. Novamente fiquei chocado com a quantidade de gente na beira da estrada pedindo esmola. A cada tantos quilômetros aparecia um povoado e por perto muita gente na beira da estrada. Isso seguiu até sairmos da BR-116.

Entramos em Minas Gerais e pouco depois trocamos de estrada para a BR-251. Não tinha mais gente pedindo dinheiro na beira da rodovia, na verdade não tinha gente e por um longo trecho do caminho, mal tinham carros ou caminhões. Os poucos que apareciam a gente conseguia ultrapassar logo e seguir quase sem precisar reduzir a marcha.

O cenário era composto somente de eucalípto, pinheiros e cerrado. Ainda bem que estávamos com o tanque cheio antes de sair de Vitória da Conquista, foram pouquíssimos postos de gasolina até Montes Claros.



Almoçamos no primeiro posto que apareceu, um quilo bem decente, infelizmente não faço idéia de onde fica. Em algum lugar da BR-251.

Um tempo depois apareceu um par de ciclistas na pista, em certo ponto o acostamento virou um caco e um deles foi rodando na nossa frente. Era um trecho de descida sinuoso e não ousamos ultrapassar o ciclista. De qualquer forma fiquei impressionado, segundo o nosso velocímetro o cara tava fazendo mais de 60km/h.



A chegada em Montes Claros teve duas surpresas chatas. Uma que o google maps tem a mão errada de várias ruas, foi triste chegar no hotel. A segunda, que o hotel fica no centrão da cidade e o estacionamento deles é separado do hotel. Estava um tanto estressado de largar o carro semi carregado na mão de manobrista, mas já resolvemos isso com o pessoal do hotel, descarregamos o que deu do carro e depois vou com eles levar o carro para lá.


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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Atendendo a pedidos

Minha prima Sílvia se mudou para Inglaterra. Como toda pessoa que está longe ela sente falta da família e principalmente do novo membro, o Gabriel.

Falei com a minha mãe agora a pouco e parece que a Sílvia anda olhando o blog, mas ela não tá nem ai com minha viagem Norte-Sul, só quer saber do Gabriel.

Acontece que eu também estou longe do garoto e no geral dependo do meu irmão para me informar.

Atendendo a pedidos vou colocar alguns Screenshots que tirei do Skype:




Minha mãe falou que agora o Gabriel mostra a língua até pra foto minha





E aqui uns vídeos feitos com o celular em Floripa:

Gabriel e o Carrinho de bebê:


Gabriel caminhando com a Sophia e o pai Gustavo. Engraçado que ele não gostava muito de dar a mão, mas pra Sophia ou pra Giulia ele ia sem problemas.

Road Trip 3

Terceiro dia, finalmente uma noite bem dormida. O café da manhã no Hotel Acalanto em Feira de Santana era muito bom, tão bom que comi demais e tive problemas mais tarde.

Saímos cedo, o caminho até Vitória da Conquista é o mais curto da viagem e nossa próxima parada tem piscina e lugar para descansar.

EDIT: Saindo de Feira de Santana, olha só o trânsito, felizmente no sentido contrário, mas tinha caminhão a dar com pau pelo nosso caminho também.



EDIT: O cenário ficou mais agreste, normal, já que estamos a caminho do interior da Bahia. Ainda assim é mais verdinho do que eu esperava.



A paisagem foi a mais bonita até agora, não sei o que são os morros/montes/colinas ao fundo, mas eram lindos, as fotos não fazem jus.









Tirei tanta foto nesse trecho que tive até que ligar o notebook e limpar o cartão de memória. Infelizmente o caminho piorou depois disso. Entre São Estevão e Milagres da Mata apareceram umas cabanas improvisadas na beira da estrada. Primeiro não entendemos o que era, mas logo apareceram pessoas estendendo a mão. Parecia filme apocalíptico com as pessoas se esticando pros carros. Triste demais.

Alguns km depois o excesso de café da manhã começou a fazer efeito. Precisei ir ao banheiro e não era pra fazer xixi. Bateu o medo. Se o posto de gasolina tá caindo aos pedaços, imagina só o
banheiro dele.

Numa cidade maior (achei que era Jequié, mas ainda faltava uns 40km) encontramos uma parada mais ajeitada, apesar disso, ainda bem que temos papel higiênico no carro.

Passado o sufoco seguimos direto. Como era o trecho menor, deixamos para almoçar em Vitória da Conquista.

O Hotel é ótimo, mas tava com uma confraternização barulhenta acontecendo. Tinha um cara tocando violão, quando chegamos era MPB e rock brasileiro, de repente, começou uns pagodes, axés e Banda Grafitte. Terminamos de comer e voltamos pro quarto.

Aproveitei que aqui é mais arborizado e fui checar as minhocas. Estão todas bem, joguei umas folhas secas pra elas. Tá com mosquinha ainda, espero que ao mexer melhore um pouco a aeração.

Estamos a caminho e hoje é dia pra descansar.


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domingo, 20 de dezembro de 2009

Road Trip 2 - Do Luxo ao Lixo

A noite foi ultra-mal dormida. Eu já não tinha curtido o recepcionista do hotel criando caso com a minha hora de chegada, o colchão mole e o wireless meia-boca não ajudaram, mas o ar-condicionado com motor de caminhão foi de chorar. Se eu desligava não dormia por causa do calor, se ligava não dormia por causa do barulho.

Levantamos 6:10 sem despertador.

O café era bom, só tava lotado com os candidatos de um concurso para algum cargo do judiciário. Na hora de carregar o carro uma péssima surpresa, drosófilas por todos os lados. A Re começou dirigindo e eu tentei matar o que deu para não atrapalhar a viagem.

A saída de Maceió foi meio chata, demoramos pra achar sinalização e o frentista dum posto mandou a gente pro lado errado, mas percebemos a tempo e fomos para o lado certo.


BR-101 até Aracaju.

Sei que é uma impressão superficial de quem só passou um dia viajando por uma estrada principal através do Estado, mas se fosse para descrever Alagoas:

"Tirando Maceió, Alagoas é cana e miséria" - o resto do caminho é todo plantação de cana mesmo, pontuado por alguma usina de cana e marcado de casas precárias.



Atravessamos o Rio São Francisco e entramos em Sergipe. Enquanto minha noção de AL era baseada em ter sido governada pelo Collor, eu não tinha idéia do que ia encontrar em Sergipe. Para mim SE era aquele triangulinho onde a Bahia encontra o resto do nordeste.

Se AL é cana e Miséria, SE é gado e solidão. Enormes pastos, um pouco de mato e a cada tantos quilômetros uma casa.


Isso só muda em Aracaju. Fomos até a praia para almoçar, como estava cedo (11h) a escolha foi pelo que estava aberto. Peixe frito na telha com arroz e pirão em um quiosque grandão na praia. O que me impressionou na praia foi como a faixa de areia é longa e a avenida fica bem longe do mar, muito legal. Espero que mantenham assim.

Na saída de Aracaju passamos em um supermercado e eu comprei alguns sacos de algodão (aqueles que dá pra usar de pano de chão) e fizemos uma "capa" para o minhocário usando fita adesiva, quem sabe pelo menos mantém as moscas presas.

Seguimos de Aracaju até Feira de Santana. A estrada é muito mal sinalizada e quase perdemos nossa saída. Os departamentos responsáveis pelas placas deviam adotar o lema:

Osta, osta, osta, sinalização é o nosso forte.


Na Bahia tivemos que entrar no acostamento duas vezes para evitar acidentes com veículos vindo na contra-mão (um caminhão e um carro). As estradas estão melhores, mas o tráfego é mais intenso.

Tirando isso foi bem tranquilo e estamos ficando melhores em ultrapassagens ousadas e chegamos em Feira de Santana ainda com sol.


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EDIT: Esqueci de comentar, o hotel em Feira de Santana é muito melhor, Acalanto. Ar condicionado Spliter, wireless descente, vamos ver o café da manhã.