quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Road Trip 5 - De Natal para o Natal

O fim de tarde e noite em Montes Claros foi mais divertido do que eu esperava. Saímos pra andar um pouco pelo centro da cidade, mais por obrigação do que por vontade.

Da janela do quarto dava pra ver uma igreja, fomos até lá e vimos que ia ter uma apresentação de seresteiros na praça. Como só ia começar às 18:30 deixamos pra voltar depois. Pegamos pipoca numa carrocinha da praça e continuamos caminhando.



Muita loja com roupa estranha, bombonieres e armarinhos. Encontramos então mais uma praça, onde estava se armando uma feirinha com comidinhas e artesanato.




Jantamos na feirinha, um prato feito de arroz com pequi, feijão tropeiro, farofa de carne e vinagrete e um prato de carne de sol com mandioca.





Depois voltamos pra apresentação, vimos um coral e um grupo de seresteiros. Muita música natalina, ficamos cansados logo e voltamos pro hotel descansar.




O trecho Montes Claros, Uberlândia é o mais longo da viagem, então decidimos sair bem cedo. Acordamos às 6, café e rua. Apesar de ser o mais longo não tinha nada de novo, sem fotos dessa vez. Acho que estamos cansados de viajar.

O ponto alto da viagem foi chegar perto de Patos de Minas, onde fica o "Cinturão da Pamonha". A Re sabia de um lugar que tinha uma pamonha famosa, mas a quantidade de cartazes para pamonharias, "casa da pamonha" era enorme.

Como o tanque estava pela metade decidimos abastecer e pedir informações.

Eu: Oi, por acaso você sabe de um lugar por perto que tem uma pamonha famosa...

Frentista 1: O Aguinaldo da Pamonha.

Eu: Esse. Como chega lá.

Frentista 1: Seguindo na estrada tem um trevo feio, faz o retorno pra pegar pra esquerda.

Frentista 2: Ele tá indo no Aguinaldo da Pamonha?

Frentista 1: É.

Frentista 2: O trevo tá sendo construído, tem que fazer o retorno mais pra frente, viu.

Cara-que-tava-enchendo-o-tanque: Prá ir pro Aguinaldo não tem erro, não, faz o retorno quase no outro posto, é uns 2km pra dentro da BR.

Frentista 2: O trevo é bem feio. Mas até a copa que vem eles acabam.


Com tanta propaganda eu tinha que checar e devo dizer que a pamonha do Aguinaldo é boa mesmo. Comemos uma doce e uma salgada (com linguiça e queijo). Eu compartilhava a opinião da mãe da Renata, que pamonha salgada é desperdício de boa pamonha, mas no Aguinaldo eles tem a opção da pamonha frita. Pamonha salgada frita é fenomenal. Deu vontade de agendar uma volta por Patos de Minas. Como não dá, compramos uma porção de pamonha para comer com a família, infelizmente a porção virou porcinha, tá com muito mais gente do que pamonha. Ainda bem que Natal é tempo de compartilhar.

O resto do caminho não teve erro e logo chegamos em Uberlândia e na casa alugada para toda a tropa.

Terminamos a primeira e mais longa etapa da nossa viagem, saíndo de Natal para passar o Natal com a família.

Não sei se passo por aqui antes, mas para todos fica o meu Feliz Natal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Road Trip 4 - De volta ao Sudeste

A noite em vitória da Conquista guardava ainda uma surpresa, frio. Não sentia frio desde Florianópolis e francamente não esperava por isso na Bahia.

Batemos uma foto depois do jantar, olha a gente passando frio com Vitória da Conquista ao fundo.


Saímos quase 8 da manhã em direção à Montes Claros. Novamente fiquei chocado com a quantidade de gente na beira da estrada pedindo esmola. A cada tantos quilômetros aparecia um povoado e por perto muita gente na beira da estrada. Isso seguiu até sairmos da BR-116.

Entramos em Minas Gerais e pouco depois trocamos de estrada para a BR-251. Não tinha mais gente pedindo dinheiro na beira da rodovia, na verdade não tinha gente e por um longo trecho do caminho, mal tinham carros ou caminhões. Os poucos que apareciam a gente conseguia ultrapassar logo e seguir quase sem precisar reduzir a marcha.

O cenário era composto somente de eucalípto, pinheiros e cerrado. Ainda bem que estávamos com o tanque cheio antes de sair de Vitória da Conquista, foram pouquíssimos postos de gasolina até Montes Claros.



Almoçamos no primeiro posto que apareceu, um quilo bem decente, infelizmente não faço idéia de onde fica. Em algum lugar da BR-251.

Um tempo depois apareceu um par de ciclistas na pista, em certo ponto o acostamento virou um caco e um deles foi rodando na nossa frente. Era um trecho de descida sinuoso e não ousamos ultrapassar o ciclista. De qualquer forma fiquei impressionado, segundo o nosso velocímetro o cara tava fazendo mais de 60km/h.



A chegada em Montes Claros teve duas surpresas chatas. Uma que o google maps tem a mão errada de várias ruas, foi triste chegar no hotel. A segunda, que o hotel fica no centrão da cidade e o estacionamento deles é separado do hotel. Estava um tanto estressado de largar o carro semi carregado na mão de manobrista, mas já resolvemos isso com o pessoal do hotel, descarregamos o que deu do carro e depois vou com eles levar o carro para lá.


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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Atendendo a pedidos

Minha prima Sílvia se mudou para Inglaterra. Como toda pessoa que está longe ela sente falta da família e principalmente do novo membro, o Gabriel.

Falei com a minha mãe agora a pouco e parece que a Sílvia anda olhando o blog, mas ela não tá nem ai com minha viagem Norte-Sul, só quer saber do Gabriel.

Acontece que eu também estou longe do garoto e no geral dependo do meu irmão para me informar.

Atendendo a pedidos vou colocar alguns Screenshots que tirei do Skype:




Minha mãe falou que agora o Gabriel mostra a língua até pra foto minha





E aqui uns vídeos feitos com o celular em Floripa:

Gabriel e o Carrinho de bebê:


Gabriel caminhando com a Sophia e o pai Gustavo. Engraçado que ele não gostava muito de dar a mão, mas pra Sophia ou pra Giulia ele ia sem problemas.

Road Trip 3

Terceiro dia, finalmente uma noite bem dormida. O café da manhã no Hotel Acalanto em Feira de Santana era muito bom, tão bom que comi demais e tive problemas mais tarde.

Saímos cedo, o caminho até Vitória da Conquista é o mais curto da viagem e nossa próxima parada tem piscina e lugar para descansar.

EDIT: Saindo de Feira de Santana, olha só o trânsito, felizmente no sentido contrário, mas tinha caminhão a dar com pau pelo nosso caminho também.



EDIT: O cenário ficou mais agreste, normal, já que estamos a caminho do interior da Bahia. Ainda assim é mais verdinho do que eu esperava.



A paisagem foi a mais bonita até agora, não sei o que são os morros/montes/colinas ao fundo, mas eram lindos, as fotos não fazem jus.









Tirei tanta foto nesse trecho que tive até que ligar o notebook e limpar o cartão de memória. Infelizmente o caminho piorou depois disso. Entre São Estevão e Milagres da Mata apareceram umas cabanas improvisadas na beira da estrada. Primeiro não entendemos o que era, mas logo apareceram pessoas estendendo a mão. Parecia filme apocalíptico com as pessoas se esticando pros carros. Triste demais.

Alguns km depois o excesso de café da manhã começou a fazer efeito. Precisei ir ao banheiro e não era pra fazer xixi. Bateu o medo. Se o posto de gasolina tá caindo aos pedaços, imagina só o
banheiro dele.

Numa cidade maior (achei que era Jequié, mas ainda faltava uns 40km) encontramos uma parada mais ajeitada, apesar disso, ainda bem que temos papel higiênico no carro.

Passado o sufoco seguimos direto. Como era o trecho menor, deixamos para almoçar em Vitória da Conquista.

O Hotel é ótimo, mas tava com uma confraternização barulhenta acontecendo. Tinha um cara tocando violão, quando chegamos era MPB e rock brasileiro, de repente, começou uns pagodes, axés e Banda Grafitte. Terminamos de comer e voltamos pro quarto.

Aproveitei que aqui é mais arborizado e fui checar as minhocas. Estão todas bem, joguei umas folhas secas pra elas. Tá com mosquinha ainda, espero que ao mexer melhore um pouco a aeração.

Estamos a caminho e hoje é dia pra descansar.


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domingo, 20 de dezembro de 2009

Road Trip 2 - Do Luxo ao Lixo

A noite foi ultra-mal dormida. Eu já não tinha curtido o recepcionista do hotel criando caso com a minha hora de chegada, o colchão mole e o wireless meia-boca não ajudaram, mas o ar-condicionado com motor de caminhão foi de chorar. Se eu desligava não dormia por causa do calor, se ligava não dormia por causa do barulho.

Levantamos 6:10 sem despertador.

O café era bom, só tava lotado com os candidatos de um concurso para algum cargo do judiciário. Na hora de carregar o carro uma péssima surpresa, drosófilas por todos os lados. A Re começou dirigindo e eu tentei matar o que deu para não atrapalhar a viagem.

A saída de Maceió foi meio chata, demoramos pra achar sinalização e o frentista dum posto mandou a gente pro lado errado, mas percebemos a tempo e fomos para o lado certo.


BR-101 até Aracaju.

Sei que é uma impressão superficial de quem só passou um dia viajando por uma estrada principal através do Estado, mas se fosse para descrever Alagoas:

"Tirando Maceió, Alagoas é cana e miséria" - o resto do caminho é todo plantação de cana mesmo, pontuado por alguma usina de cana e marcado de casas precárias.



Atravessamos o Rio São Francisco e entramos em Sergipe. Enquanto minha noção de AL era baseada em ter sido governada pelo Collor, eu não tinha idéia do que ia encontrar em Sergipe. Para mim SE era aquele triangulinho onde a Bahia encontra o resto do nordeste.

Se AL é cana e Miséria, SE é gado e solidão. Enormes pastos, um pouco de mato e a cada tantos quilômetros uma casa.


Isso só muda em Aracaju. Fomos até a praia para almoçar, como estava cedo (11h) a escolha foi pelo que estava aberto. Peixe frito na telha com arroz e pirão em um quiosque grandão na praia. O que me impressionou na praia foi como a faixa de areia é longa e a avenida fica bem longe do mar, muito legal. Espero que mantenham assim.

Na saída de Aracaju passamos em um supermercado e eu comprei alguns sacos de algodão (aqueles que dá pra usar de pano de chão) e fizemos uma "capa" para o minhocário usando fita adesiva, quem sabe pelo menos mantém as moscas presas.

Seguimos de Aracaju até Feira de Santana. A estrada é muito mal sinalizada e quase perdemos nossa saída. Os departamentos responsáveis pelas placas deviam adotar o lema:

Osta, osta, osta, sinalização é o nosso forte.


Na Bahia tivemos que entrar no acostamento duas vezes para evitar acidentes com veículos vindo na contra-mão (um caminhão e um carro). As estradas estão melhores, mas o tráfego é mais intenso.

Tirando isso foi bem tranquilo e estamos ficando melhores em ultrapassagens ousadas e chegamos em Feira de Santana ainda com sol.


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EDIT: Esqueci de comentar, o hotel em Feira de Santana é muito melhor, Acalanto. Ar condicionado Spliter, wireless descente, vamos ver o café da manhã.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Road Trip 1 - Extreme Turismo

Começamos a nossa grande migração. Rumo ao sul em busca de climas mais amenos e trabalhos com estabilidade. Depois de encerrar prematuramente a temporada em Natal, encaixotamos a mudança e hoje às 8 da manhã partimos de Natal.

Nossa última refeição em Natal foram os restos mortais da pizza de ontem requentados no forninho elétrico da pousada. Jantamos na Trattoria del Pescatore para comer pela última vez a pizza do Mauro. Recebemos a notícia que ele também está de partida, a vida de pizzaiolo em Natal não decolou e, assim como nós, Mauro está se preparando para novas empreitadas.

Desde que a mudança foi despachada estávamos na Pousada Avarandas de Ponta Negra, onde fiquei hospedado logo que cheguei em Natal. Carregamos o carro, Wii, Carmen, malas, alguns eletrodomésticos, minhocas. Um probleminha que tive com as minhocas logo se tornou um pequeno estorvo no carro. Uma coisa é ter drosófilas na varanda, outra é dentro do corsa. Matamos muita mosquinha a viagem toda, mas não para de aparecer mais, espero que diminua com o passar dos dias.

Eu comecei guiando e revezamos pela primeira vez em Bayeux. Seguimos até Recife e a primeira parada pra valer foi na Livraria Cultura. Comprei presente de Natal para o meu vô e para a Renata.

Depois, uma parada rápida na Casa dos Frios para comprar um tradicional bolo de rolo pro Natal.

Por fim, almoço no Sushi Yoshi, temaki de agulhão, um sashimi/sushi teishoku, fazia tanto tempo que eu não comia missoshiru e gohan, fiquei emocionado. Café pra dar uma acordada e lá vamos nós.

Decidimos seguir a recomendação do Guia 4 rodas e ir pela PE-60/AL-101 até Maceió. Pedi informação num posto e foi engraçado, o cara explicou direitinho, mas eram uns 5-10km entre cada ponto de referência que ele me passou, eu estava crente que estava perdido, ai aparecia o posto BR grandão, ou a concessionária da Volvo.

A PE-60 é pista simples, mas está bem asfaltada, tem pouco caminhão e em alguns trechos dá pra ver o mar. Deve ser legal se tivéssemos mais tempo para encostar nas praias, ao invés de só passar correndo. A paisagem é basicamente só cana. Me parece até um roubo ver tanta cana plantada e o litro do álcool no posto estar 1,90.

O cheiro é outra coisa a parte, uma mistura de melado e azedo das usinas/engenhos, quem conhece sabe do que estou falando. Além da fumaça das queimadas.

Alguns trechos tem reflorestamento e fazem pensar, se em poucos anos a terra batida vira uma pequena floresta, imagina só o que daria pra fazer. É só pisar no freio que o planeta dá um jeito de se virar. Ou quando terminarmos nosso suicídio coletivo, em poucos anos não sobra traço que estivemos aqui.

O choque foi entrar em Alagoas. Depois do Collor e dos Malta, fiquei com a impressão que AL era terra de ninguém, comandada com punho de ferro por mafiosos malvados. Pois bem, acho que é assim mesmo. Quando a PE-60 vira AL-101 tudo piora. As casas e cidades pelo caminho passam de turísticas para miseráveis, a sinalização some e o asfalto piora. Isso vai assim até Maceió.

No caminho liguei para o hotel para avisar que íamos atrasar:

Oi temos uma reserva em nome de Renata para hoje ás 18, queria avisar que vamos atrasar um pouco.

A reserva é até as 18.

Eu sei, por isso estou ligando para avisar que vamos atrasar, mas que nos chegamos ainda hoje.

A reserva é até as 18, depois disso eu tenho que liberar o quarto.

Demorou pra convencer o cara que eu ficar 24h ou 2h não fazia a menor diferença e eu ia pagar igual. Está com um concurso em Maceió e muitos hoteis estão lotados.

Maceió lembrou muito Recife, cara de cidade grande com praia. Fomos direto pro hotel Blue Mar, o estacionamento é aberto na calçada, o que me preocupa um pouco. As coisas mais importantes trouxemos pro quarto.

Saímos para jantar a pé. Caminhamos pela beira da praia e jantamos em uma barraca curiosa. Os sucos diferentes até que já vi em outros lugares, mas os sanduíches de filé ao vinho com ervas finas, queijo e mostarda; ou chutney de manga, ricota e berinjela, chamaram a atenção.

Tomamos dois sucos (maçã, abacaxi e gengibre; laranja, maracujá e gengibre) e comemos o sanduíche de filé. De volta pra pousada, escrevendo o diário de viagem e preparando para dormir. Amanhã acordamos às 6 para começar o dia 2.

Montei um mapa com os pontos principais e vou atualizando durante a viagem. Mais pra frente vou escrever com algumas fotos da viagem.


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Sobre o título, o Extreme Turismo é que fizemos 4 Estados em um dia, RN->PB->PE->AL amanhã é AL->SE->BA. Desejem-nos sorte.

EDIT: Esqueci de comentar que chegamos no Hotel em Maceió às 19h, tirando às 2h de parada para compras, almoço e ficar perdido em Recife, foram 9 horas no volante divididas entre nós dois.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sem Tetos Novamente

Ontem a tarde despachamos nossa mudança. Vai ficar armazenada por aqui em Natal até que a gente arrume um endereço em Santa Catarina.



A primeira vez que fiquei sem teto foi em Porto Alegre. Fui para lá começar o mestrado em 2002 e morei por uns dois meses em pousadas e no sofá da sala na casa do "filho do amigo do meu pai", o Diogo, que em pouco tempo se tornou um dos meus melhores amigos (ainda é).

Depois da pós em Porto Alegre retornei pra casa da minha mãe, então não teve período de sem-teto.



A vinda pra Natal também teve um curto período de morar em pousadas, mas dessa vez a esposa que resolveu meus problemas e arrumou um apê pra gente.

Agora estamos rumando para Santa Catarina com um emprego permanente em vista, dá uma sensação de "definitivo". Mas do fundo do meu coração espero que seja a última mudança de longa distância que eu faça na vida.

Até que pra alguém que não gosta de viajar que fui bastante nômade, hora de fincar raízes e Santa Catarina parece um bom lugar pra isso.

Restaurante de responsa

Tem restaurantes nessa vida que admiramos por motivos diversos.

Gosto de restaurantes japoneses que colocam wasabi no sushi.

Gosto de lugares que não colocam pimenta como se pedissem desculpa.

Gosto de cafés onde os frequentadores parecem que trabalham em algum momento do dia.

Passamos em frente de um restaurante em pipa e admirei pela coragem.



Não comemos e pretendo nunca comer lá, mas tenho que admirar algum lugar que coloque como primeira opção do cardápio pintado na parede : Fígado acebolado.

Tem que ter muito culhão.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Borboletas

Uns tempos atrás estávamos com 3 membros da próxima geração da família no carro. Gabriel, Sophia e Giulia.

Lá pelas tantas começamos a cantarolar com as crianças e para desgosto dos outros adultos ensinei pras meninas a música da velha a fiar.

Pra quem não sabe, é uma canção popular que virou o primeiro video clipe brasileiro em 1964 (a música mesmo começa lá pelos 2:20):



Depois começamos a inventar, com outros animais, nomes de parentes e por fim a versão escatológica que as minhas priminhas ainda estão cantando.

Estava o Gabriel a nanar,
veio o coco lhe incomodar,
Coco no Gabriel, Gabriel a nanar.

Estava o coco no seu lugar,
veio o pum lhe incomodar,
pum no coco, coco no Gabriel, Gabriel a nanar.

Estava o pum no seu lugar,
veio a rolha lhe incomodar,
rolha no pum, pum no coco, coco no Gabriel, Gabriel a nanar.

Estava a rolha no seu lugar,
veio o dedo lhe incomodar,
dedo na rolha, rolha no pum, pum no coco, coco no Gabriel, Gabriel a nanar.


Minha imaginação estava acabando e pedi ajuda. A Giulia sugeriu um anel (anel, dedo, tem algo a ver). A Sophia falou borboleta.

"Borboleta Sophia? Que que tem a ver borboleta?"

"Eu gosto de borboleta."

Vai discutir com uma lógica dessas. Bom que já estávamos chegando e a música acabou.

Mas o "Eu gosto de borboleta" virou um mote entre eu e a Renata, para ser usado em qualquer momento inapropriado.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O mundo não precisa da gente

Tenho andado cada vez mais preocupado com a vida num sentido geral.

Essa sensação de que o mundo está indo pro buraco não é boa. Agora que cheguei num ponto que posso parar pra pensar no futuro estou encucado com o que fazer.

Outro dia a esposa me falou uma coisa que fez pensar.

Sabe todas essas campanhas de "Salve o Planeta", "Proteja a Amazônia", "Salve as baleias"? Pois bem, é tudo mentira. Se olharmos direito, todas elas tem que ser substituídas por uma única campanha: "SALVE-NOS!".

Vamos olhar a sério: Essa ridícula noção judaico-cristã que Deus deu ao homem domínio sobre todos os animais é uma tremenda besteira. Da mesma forma a vida no planeta não precisa de nossa ajuda pra sobreviver. É claro que temos o potencial de extinguir quase a totalidade das espécies da Terra, nos removendo no processo. Entretanto, vida vai continuar existindo.

Caramba, conhecemos diversos organismos que vivem em condições extremas. Quem sabe ao sairmos do caminho algumas dessas espécies vão ser capazes de ocupar nichos ecológicos novos, novos isolamentos geográficos, pressões seletivas, variação, seleção, evolução.

Tudo o que se propõe, todas essas tentativas ecológicas, são para mantermos um mundo em que a gente possa viver, vida vai existir com ou sem esse macaquinho pelado egocêntrico chamado Homo sapiens.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

I am a paleontologist

Comentei por aqui sobre o They Might be Giants e o seu novo CD/Projeto "Here comes science".

Achei umas (ou várias) cifras deles num wiki não-oficial e estava praticando uma das músicas.

sábado, 21 de novembro de 2009

Vende-se

Depois do ficar impressionado pelo Progresso nas estradas do RN, outro ônibus me impressionou pela coragem.

Esse incrível exemplo do ponto que chegou a comercialização da fé, não basta mais vender terrenos no céu, agora vão direto ao JC.



Além de tudo esse é esperto, está tentando retirar os atravessadores (padres, pastores) e vender ele diretamente, deve rolar um descontinho bacana e ele lucra mais.

Então não esqueçam, se alguém quiser comprar Jesus, esse cara tá vendendo, é só ligar.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fazer um pouquinho.

Todo dia pego me perguntando o que dá pra fazer pra não ser TÃO parte do problema.

Notícias, blogs e twitters que acompanho me avisam diariamente de tudo que estamos fazendo de errado, lixo, consumo, C02, Global Warming, trabalho escravo.

Algumas coisas eu vou tentando. Nós separamos o lixo. Dentro do possível tento consumir produtos que tenham uma postura sustentável ou socialmente consciente (o que quer que isso queira dizer), separo o lixo para reciclagem, não jogo gordura na pia (o certo é separar em uma garrafa e jogar no lixo comum ou melhor ainda, levar para reaproveitamento).

Dentro dessas idéias já tinha ouvido falar do Google Black, com o conceito de diminuir o consumo de energia simplesmente por tornar a página inicial do Google totalmente preta. Faz sentido, já que tela mais escura usa menos energia e de pouquinho em pouquinho a galinha morre de fome.

Esses dias me passaram um semelhante ao Google Black, o Eco4Planet que expande no conceito direcionando uma parte dos fundos gerados no site para o plantio de árvores.

Coloquei como página inicial e outra dica legal dele que a Renata passou, dá pra colocar naquela busca rápida do Firefox. Ele usa o mesmo engine de busca do Google, mas aproveita para plantar umas árvores no caminho.

Não sei se é verdade, mas pelo menos contribuo com a tela preta e limpo um pouquinho minha consciência.

PS: tenho sido tão Ecochato que é impressionante a Renata não ter me mandado pastar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Viva a globalização?

Eu sinto saudades do cachorro quente de São Paulo. Sinto mais saudades quando ao contar para alguém sobre o cachorro quente vem a resposta: "Pure de batata?!"

Apesar disso, tenho minha própria receita de cachorro quente.



Bem, a receita não é minha, é francesa, mas graças aos milagres da globalização temos aqui o resultado.

Uma baguete francesa, com salsicha alemã e queijo italiano.

Na verdade o pão é da Pão & Companhia, a salsicha é da Eder e o queijo é uma muçarela fior de late de uma empresa aqui de Natal.

Receita:

Ligue o forno no alto para pré-aquecer.

Molho de tomate
Dessa vez eu usei uma lata de tomate pelado, com uma lata de água (lavando a lata para pegar todo o tomate). Ponha no fogo e esmague os tomates, misture um caldo de carne em pó pra temperar e deixa até ferver.

Quando estiver fervendo bem, coloque as salsichas, desligue o fogo e tampe. Essas eram salsichas Frankfurter da Eder, eles recomendam 5min de cozimento.

Corte a baguete em pedaços que comporte a salsicha. Eu fiz a abertura por cima, facilita na hora de assar.

Rale o queijo grosso.

Quando a salsicha estiver pronta, coloque molho no pão, se quiser mostarda e/ou ketchup eu prefiro por dentro do pão dentro antes da salsicha, mas dessa vez esqueci, por isso que está por cima.

Cubra com o queijo ralado e leve ao forno até o queijo derreter.


Essa foi a versão Gourmet, com ingredientes bem bacanas, mas funciona também com pão francês, salsicha e queijo genérico.

Só não vai economizar na mostarda, na dúvida, leiam aqui o que o Antonio Prata tem a dizer sobre mostarda vagabunda.

domingo, 8 de novembro de 2009

Conhecer o Nordeste

Com um pouco de tempo disponível decidimos passear. Destino: Recife.

Pegamos o carro e lá fomos nós. São pouco menos do que 300km pela BR-101. Levamos quase 5 horas pra ir. Boa parte dela é pista simples e em estado precário. A quantidade de remendos e a pista deformada faz o carro chacoalhar muito, parece viagem de lancha.

A quantidade de caminhões também desanima, cada caminhão pelo caminho estica a viagem. Os buracos atrapalham um tanto a tentar ultrapassagens, mas tem gente que vai assim mesmo. O mais impressionante é que se o cara resolve ultrapassar e te vê vindo em rota de colisão, ele não diminui e retorna, ao invés disso ele dá luz alta e buzina. Some isso a falta de acostamentos por causa das obras e dá pra ter idéia do estresse.

A boa notícia é que o trecho está sendo duplicado e em alguns pedaços dá pra experimentar como vai ficar. Quando ficar pronta, viajar de Natal para Recife será muito mais tranquilo. E devo dizer que o Progresso voa nas estradas do Nordeste, olha uma foto dele ai.



Quando esse ônibus entrou na minha frente eu xinguei por antecipação, afinal achei que ia ficar empacado por horas. Mas devo dizer que foi até difícil acompanhar o Progresso.

A única vez que eu cheguei mais perto foi porque tinha um carro (É carro) atrapalhando o Progresso. Por sinal, Celta deve ser uma merda de carro, toda vez que tinha carro embaçando era Celta.



No final, só consegui ultrapassar o Progresso quando parou para pegar passageiros, mas ele deve ter mudado de caminho depois disso, pois não o vi mais o resto da viagem.

domingo, 1 de novembro de 2009

Pílulas de Ciência 3

Eu sempre recomendo alguns podcasts de ciências, são minha maneira de me manter atualizado nos períodos que estou menos disposto para ler as novidades.

Os que estou acompanhando no momento são: Science Friday, Science, Nature, Naked Scientist. Estava acompanhando o da Scientific American também, mas por algum motivo meu programa para baixar podcasts tem se desentendido com o site deles e faz tempo que não consigo baixar alguma coisa.

Acho que esses podcasts são uma companhia ótima para fazer alguma tarefa repetitiva que não requer muita atenção, faxinar, lavar louça, ginástica. Eu sei que são todos em inglês, mas pense nisso como uma boa oportunidade para treinar outra língua.

Vamos à ciência.

Primeiro um comentário, é inacreditável como pessoas mal intencionadas criticam os cientistas por usarem palavras como: Talvez.

As idéias em ciência evoluem, as teorias são a melhor explicação e modelo possível dada a evidência disponível. Os 'talvez', os 'pode ser', indicam a possibilidade de mudança da teoria caso evidência para tanto surja, não é sinal que está errado.

Saber que nossa visão do mundo é incompleta faz parte da ciência. Dogmas e verdades absolutas e incontestáveis fazem parte do imaginário, religiões e misticismos. Francamente eles costumam errar muito mais, só não podem admitir ou permitir que os outros percebam.


Agora minhas duas teorias alternativas favoritas do momento:

Dinossauros PODEM ter sido extintos por algas assassinas.

Júpiter pode ser o responsável pela vida na Terra - Sem relações com o mito da criação grego. Esse é do podcast de 29/10/2009 da revista Nature. Aparentemente, a água da Terra não estava aqui originalmente. Uma nova hipótese relaciona dados de fontes diversas e sugere que durante a formação do sistema solar Júpiter teria disparado asteróides de gelo pra todo lado. Os asteróides que acertaram a Terra, não só deram início aos oceanos, como romperam a crosta terrestre, iniciando a tectonia de placas e possivelmente nosso campo magnético. Todas coisas essenciais para que a vida surgisse aqui.

E pra terminar um pouco de história.

As três primeiras letras a viajarem pela Internet foram LOL (clique aqui se não entendeu a graça?).
Entrevista com um dos "Criadores da Internet", Leonard Kleinrock. Ele lembra que estavam tentando fazer dois computadores um na UCLA e outro em Stanford se comunicarem. Iniciaram o processo de login, enviaram o "L", o "O" e o computador em Stanford caiu. Depois de algumas horas de reparo, retomaram o processo e foi uma nova tentativa de login, enviando um novo "L".
Primeiras três letras da Internet (então ainda ARPANET), "LOL".

domingo, 25 de outubro de 2009

Matemágica

Esses dias vi alguns números muito interessantes e são alguns exemplos muito bons de como números podem enganar.

O primeiro vem de uma matéria do Estadão que meu amigo Irandy me encaminhou http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091016/not_imp451395,0.php

Os economistas Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), antigo Ibmec-São Paulo, e de Paulo Henrique Landim Junior, aluno da graduação do Insper investigaram os efeitos do Bolsa-Família na economia dos municípios.

A conclusão foi de que um aumento de 10% no repasse médio per capita do Bolsa-Família leva a uma ampliação de 0,6% no PIB municipal no ano em que ocorre a expansão e no seguinte.


Um prato cheio para quem gostaria de falar mal das políticas assistenciais, mas o próprio estudo mostra que quando falamos me números brutos a história muda completamente.


Considerando-se a relação de 0,6% a mais de PIB para cada 10% a mais de Bolsa-Família, o aumento de 30,34% em 2006 significa um ganho no conjunto dos municípios - isto é, do País - de 1,82%. Aplicado ao PIB de 2006 de R$ 2,37 trilhões, chega-se ao PIB adicional de R$ 43,1 bilhões. Dessa forma, para cada R$ 0,04 de Bolsa-Família a mais, o ganho de PIB foi de R$ 1.


Gosto desse número, cada 4 centavos de bolsa família a economia roda 1real, só 25 vezes mais. O aumento de salário mínimo deve resultar em uma conta parecida. Para aqueles que ainda falam mal de aumento de salário mínimo e políticas assistenciais ficam duas palavras: multiplicador keynesiano. Segundo aquela grana inicial roda na economia várias vezes provocando um aumento real muito maior que o valor injetado.

O mesmo não é visto quando se aumenta o bolsa riqueza (títulos públicos) pois essa grana injetada na classe média pra cima é estocado, não circulando muito mais do que do bolso de um para o investimento do outro e acabou-se.

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O segundo exemplo de números enganadores ouvi no podcast da revista Science, cuja transcrição tem aqui.

Um relatório publicado recentemente pela UNESCO fala sobre os números de pesquisa e desenvolvimento no mundo. Um número impressionante, os países em desenvolvimento tiveram um aumento no número de pesquisadores de 45% entre 2002 e 2007, enquanto que os países desenvolvidos, meros 8,6%.

Entretanto, e aqui está onde os números enganam, mesmo com o aumento de 45% os países em desenvolvimento somam somente 0,5% dos pesquisadores do mundo todo.

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Tempo é relativo

Depois da Renata brincar um tempão com a priminha Giulia. A menina de 6 anos vira pra ela:


Você nasceu em 2000 e quanto?

Eu nasci em 1978.

Giulia horrorizada:

Mas então você é uma adulta?!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Mulinha.

 
Posted by Picasa


Olha só Dan, tem uma mula no estacionamento do prédio.

Não fala assim dos vizinhos.


NÃO! É verdade, tem uma mulinha ali.

Sério? Caramba... e ainda estacionaram a mula em cima da calçada.


Mas pensando bem, ela podia só ter ido fazer uma boquinha no jardim.

domingo, 11 de outubro de 2009

Rap Guide to Evolution

Ultimamente tem mais coisas interessantes para escrever do que tempo, mas assim que eu vi essa tive que colocar aqui.

Por causa de um problema com os feeds dos podcasts da Scientific American acabei achando esse outro podcast de ciência: The Naked Scientist.

Um dos tópicos que me chamou a atenção logo de cara é meio antigo (16 de julho), mas é fantástico. Como parte das comemorações do bicentenário de Darwin professores ingleses (não consegui entender o nome) convidaram um rapper canadense para fazer "The Rap Guide to Evolution". O MP3 está no link ai atrás se alguém quiser ouvir o show inteiro, aqui embaixo tem uma apresentação dele que achei no YouTube.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Deus ama os homens medíocres.

Deus ama os homens medíocres. Fez uma porção deles.
Abraham Lincoln

Saímos para jantar hoje, por acaso era um lugar que tinha televisão e estava no noticiário local RN TV.

Entre as notícias:

Alecrim luta para chegar a final da série D.

Velório do Monsenhor de Mossoró.


Mas a notícia que realmente mexeu comigo foi a última sobre uma árvore que chora. É uma árvore no interior do Estado que sofre acúmulo de uma coisa esbranquiçada nos galhos que vira líquido e cai. Os locais já anunciaram que a coisa branca é gelo e o líquido são lágrimas da árvore e isso tudo é um milagre. Tem gente levando galhinho da árvore pra se benzer, afinal é um milagre.

A reportagem pediu para um pesquisador da UFRN avaliasse o vídeo da árvore, mostrando a coisa branca e as gotas caindo. Não lembro da explicação exata, mas resumidamente, quando a árvore está sofrendo algum tipo de dano ela pode liberar fluído e a seiva forma aquele tipo de espuma. Além disso, nas horas mais quentes do dia essa liberação a própria respiração da árvore pode formar as gotas que caem das folhas.

O que me chocou foi a reação das pessoas:

Pra mim aquilo lá em cima é gelo. E isso é obra de Deus, pois formar gelo nesse calor.


Tudo bem, eu sou um homem da ciência e de muito pouca fé na humanidade, mas tudo que falaram na reportagem me deu a impressão que ninguém pegou um aparelho de alta precisão (tipo uma escada) e subiu na árvore pra ver se aquilo é gosma ou gelo. Isso não é química quântica, ser curioso, questionar e testar o mundo a nossa volta é a base de todo o desenvolvimento.

Odeio quando as coisas deixam de ser:

"Parece neve"

Pega escada olha de perto, passa a mão.

"Olha é ???" - onde ??? é o resultado de uma observação.


E passam a ser:

"Parece neve"

"Mas aqui é muito quente pra ter neve"

"Então é obra de Deus"

"UAU! Me dá um raminho pra curar minha unha encravada"

sábado, 26 de setembro de 2009

They Might Be Giants - Here Comes Science

Já tinha ouvido falar do CD "Here Comes Science" da banda "They Might be Giants", hoje finalmente escutei algumas músicas no podcast do SciFri.

Fiquei besta, estou vendo como comprar o CD, DVD, poster, camiseta da banda. Fã instantâneo.

Tem muita coisa no You tube,

O que achei ótimo foi que no melhor do espírito científico a banda já lançou uma nova música para corrigir uma onde eles pegaram um conceito incorreto.







Pior que eu acho a primeira versão mais legal. Mas assim como na ciência, achar uma teoria mais legal não torna ela correta (Lamarck que o diga).

Se você gostou passeie um pouco no Youtube, a música deles sobre o Paleontologista é ótima também.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Yuck Factor e o restaurante no fim do universo.

Em seu livro "O Restaurante no Fim do Universo", Douglas Adams descreve uma vaca desenvolvida geneticamente para querer ser morta e comida, o simpático animal desenvolvido para reduzir a culpa dos clientes chega ao cúmulo de sugerir quais os pedaços mais saborosos.

A Renata me indicou um texto no Sandwalk, The 'yuck factor', relata um artigo que traz um exercício de lógica com um tema parecido.

O artigo de Adam Shiver publicado na revista Neuroethics sugere a criação de animais geneticamente modificados para não sentirem dor. Dessa maneira todas as críticas quanto ao sofrimento de animais para abate seriam "anuladas".

O artigo faz essa sugestão como um exercício de lógica. Introduzir essa mudança realmente anularia as questões referentes ao sofrimento desses animais, entretanto nenhum vegetariano voltaria a comer carne por causa desse argumento. Essa jogada com uma hipótese extrema é uma maneira de se mostrar que no fundo a discussão sobre o sofrimento dos animais não é muito relevante quando estamos discutindo vegetarianismo vs onivorismo.

De qualquer forma, devemos estar longe de ver a vaca mutante de Douglas Adams em um futuro próximo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

É a LEI!!!

Uma coisa curiosa ao relembrar a física é ver a mudança na minha percepção do assunto.

Veja as duas frases:


A posição de um carro em movimento retilíneo uniformemente variado no tempo segue a equação S=S0+v0t+1/2(at²).

A equação S=S0+v0t+1/2(at²) pode ser usada para descrever o movimento de um carro em movimento retilíneo uniformemente variado.


Tem uma diferença sutil, mas que define a minha mudança de percepção.

Lembro que quando estudei física pela primeira vez, ou mais tarde na graduação ficava constantemente com a sensação de ser uma coisa artificial. Como se os físicos esperassem que as coisas se comportassem segundo suas leis e equações (1a afirmação), mas hoje vejo que as leis e equações são na verdade tiradas de exaustivas experimentações, modelos e algumas sacadas de matemágica (2a afirmação).

Muito do que a escola nos passa tomam essas proporções e dão a entender que Newton subiu uma montanha, encontrou uma sarsa ardente que entregou as tábuas contendo a mecânica clássica e "AI DA ESFERA NO VÁCUO QUE NÃO SE COMPORTAR ASSIM". Saber que o processo científico é cheio de falhas, voltas e remendos deixa tudo mais interessante. Não existem verdades e certezas, mas sim o melhor modelo disponível e podemos mudar e mexer para se adequar as nossas necessidades.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Seus problemas acabaram...


Estou me preparando para um concurso na Biofísica. Talvez seja uma escolha ruim, mas entre outros motivos estou mais animado para estudar física que bioquímica.

Um problema eram os livros, não tenho mais nenhum livro de física comigo. Ontem conversando com meu pai ele me lembrou do Feynman Lectures.

Para os não iniciados, Richard Feynman foi um dos físicos mais importantes do século XX e também uma figura com muito folclore em volta.

Ele foi responsável por 3 livros que são uma compilação de suas aulas de física ministradas no Caltech, o Feynman Lectures on Physics.

É um livro que sempre quis ter, mas nunca tive um bom motivo pra comprar.

Fui atrás e encontrei somente a edição em português por aqui, parece uma tradução bem feita de alguns trechos que li em inglês.

De qualquer forma fiquei muito feliz de encontrá-lo por aqui. Em uma das livrarias que fui estava esgotado e peguei o último exemplar do estoque de outra.

Curioso que a muito tempo não ficava com essa sensação de que "Meus problemas acabaram" por causa de um livro, se bem que olhando para algumas equações dele acho que os problemas só começaram.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Portuga em Puim

Normalmente quem vai visitar os amigos em uma cidade costeira, só quer saber de peixe e frutos do mar.

Entretanto, quem mora no lugar dificilmente vai manter uma dieta a base de camarão frito e moqueca de peixe. Procurar outras opções é uma diversão e necessidade. Já achamos uma pizza ótima, um hamburguer razoável, sorvete, algumas opções de massas e recentemente trombamos com um restaurante português escondido.

Não é bem escondido. Ele fica na Rota do Sol para quem está voltando do litoral sul (veja o mapa abaixo).

O que chamou a atenção é que comida portuguesa não tem muito a ver com a comida tradicional potiguar. Além disso, não é um tipo de comida normalmente associado com praia. Por causa dessas "esquisitices" resolvemos experimentar e num sábado seguimos para lá.

 


A comida é boa e farta, o preço é justo. Comemos bolinho de bacalhau e um prato (Bacalhau Gomes Sá) que facilmente daria para 3 pessoas (pra gente rendeu ainda a janta).

 
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Acredito que a localização é essa, mas posso estar enganado e não achei indicações do lugar na web:


Visualizar Natal sem areia em um mapa maior

Curso rápido

Às vezes me pego triste lembrando de todas as pessoas que deixei desamparadas em São Paulo. Eu era a referência para coisas computadorizadas na família e agora eles tem que se virar sem mim.
Devo dizer que esses problemas acabaram, graças à um amigo que mandou esse quadrinho do XKCD hoje.

sábado, 22 de agosto de 2009

Malfeitor

Caramba, tem dia que alguém escreve algo que você sempre quis escrever, mas nunca achou as palavras adequadas.

Com vocês Antônio Prata, é só seguir o link.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Apoteótico!!!

Essa mensagem foi escrita no dia 06/08/2009 e esqueci de postar.



Fala aí, o que você fez ontem a noite?

Pois bem, eu e um par de amigos embarcamos em nossos mechas, para tentar impedir uma invasão alienígena.

Estávamos em alta velocidade, retornando em da missão de reconhecimento, quando uma tropa inimiga apareceu.

Os robôs inimigos estavam fazendo mira no líder do meu esquadrão. Para ajudá-lo fiz uma manobra em alta velocidade invertendo completamente o sentido que estava indo e disparei meus quatro canhões derrubando os dois maiores robôs inimigos, cada um deles umas quatro vezes maior que o mecha que eu pilotava.

Foi o melhor momento de toda a minha carreira RPGística e queria deixar isso registrado para a posteridade. A imagem que estamos usando para o meu mecha é aquele lá em cima, nomeado Hannibal-8 em homenagem ao fílme "A corrida do século" que assisti recentemente.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O melhor pint.

Como as coisas voaram por aqui. Resolvi submeter um projeto ao CNPq e foi uma coisa boa. Para mim, marcou o final de uma fase ruim e já rendeu alguns frutos, colaborações e discussões.

Recentemente foi o aniversário da esposa. Eu comprei o presente com um mês de antecedência, coisa importada vindo pra Natal, a chance de dar errado era enorme.

Bem, o aniversário já foi, mas o presente só chegou hoje. Foi um sucesso apesar de atrasado. Ela gostou e eu também.

O melhor pint que eu já vi. Kampai!

 
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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Vá e me conte

 


Passeando pela internet agora de manhã vi no Guia Verde que a 31ª Sakura Matsuri, ou Festa das Cerejeiras. vai ser neste Domingo, 02 de agosto, a partir das 10h, no Parque do Carmo.

Fui ano passado, quando tire a foto lá em cima, mas parece que foi em outra vida. Parece também que foi a vida toda e me dói o coração de saudades de São Paulo. Ela é feia, suja, poluída, mas ao mesmo tempo é linda e tem incontáveis coisas que me deixam saudosista.

Este ano as cerejeiras devem estar exuberantes, pois o frio ajuda na florada. Quem puder vai lá, tira uma foto e manda pra mim. Eu coloco aqui pra quem não foi matar a (ou morrer de) vontade.


Parque do Carmo, Avenida Afonso de Sampaio e Souza, 951, Itaquera. Metrô: Corinthians-Itaquera. A entrada é franca. Informações: (11) 2748-0010.

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Cérebro de formiga

Um estudo publicado no Proceedings of the Royal Society: Biological Sciences em 22 de julho sugere que formigas podem executar uma tarefa de maneira mais racional que nós seres humanos.

Os autores do trabalho, Stephen Pratt e Susan Edwards, afirmam que não é uma questão de inteligência, mas que o processamento "coletivo" das formigas na hora de tomar uma decisão faz com que a decisão seja tomada de maneira mais consistente do que nosso encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor permitem.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Minhocas na cabeça

Minha mãe sempre foi contra termos um bichinho de estimação em casa. Não exatamente pelo conceito do bichinho, mas por questões de espaço e saber que ia sobrar pra ela.

O primeiro que durou em casa foi um peixe beta, o Fidel, meu irmão cuidava bem. Depois da morte dele (o peixe, não meu irmão) demorou à aparecer outro em casa. A Tsu está durando lá e os receios da minha mãe se confirmaram, quem cuida da gata é ela, ajudou pra isso o fato de termos saído de casa pouco tempo depois do aparecimento dela.

Pois bem, finalmente arrumei um bichinho de estimação pra mim, digam olá para as Dercys

 


Para quem não entendeu que raios é isso eu explico: São minhocas. Faz um tempo que ouvi falar desses sistemas de vermicompostagem domésticos (Minhocasa) e criei coragem quando soube da primeira "safra" de humus de um amigo... infelizmente meu amigo interrompeu o experimento dele por problemas técnicos, vamos ver como eu me saio como criador de minhoca.

 


Se tudo der certo, boa parte do lixo orgânico gerado aqui em casa não será mais lixo, mas sim alimento das minhocas e matéria prima na geração de humus, que ainda não sei onde irá parar, já que devo gerar muito mais humus do que a meus canteiros na varanda devem consumir.

Esse minhocasa é uma das coisas mais "Pense Global, aja local" que eu já vi. Se todos usassem coisas desse tipo, reduziria monstruosamente o lixo gerado. O sistema pode consumir até 500ml de materia orgânico por dia, tem um maior consome até 1 litro.

Imagina só, 500ml x 365 dá quase 200L de matéria orgânica por ano que ao invés de lotar os lixões irão ajudar canteiros a florecer.

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domingo, 26 de julho de 2009

Kampai!!!

Em uma ação conjunta para tentar fazer meu humor melhorar meu pai, irmão e famílias vieram para Natal trazendo na bagagem umas encomendas minhas.

 


Tomei a decisão que só vou beber quando estiver feliz, andei tão depre por aqui que a chance de virar alcoólatra era alta se bebesse para ficar bem.

Que saudade eu estava de uma boa cerveja. Quando eu for viajar novamente, meu fígado que se cuide.

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