Estou acostumado a ver pessoas usando argumentos de autoridade para desmoralizar os outros. Ou ainda se recusando a aceitar evidências que contradizem seu ponto de vista.
Isso é particularmente feio quando falamos do meio acadêmico. Muitas vezes vejo professores e colegas se travestindo de imparciais e acima de preconceitos somente para justificar as visões mais absurdas e autoritárias.
Uma leitura hoje pela manhã me lembrou disso:
Brown professor continues debate over recovered memory
Resumidamente, uma dupla de professores que não acreditam em memórias reprimidas lançaram um desafio em 2006. O raciocínio deles era: Se memórias reprimidas forem uma doença que ocorre naturalmente, então deve existir algum relato antigo relacionado. Ofereceram um prêmio de US$1000 para quem fornecesse provas disso e um ano depois publicaram que nenhum dos 100 aplicantes atingiram os critérios do concurso, portanto, amnésia dissociativa não ocorre naturalmente e é uma síndrome cultural a partir do século 19.
Um outro pesquisador duvidou do resultado e pediu acesso aos dados. Depois de muita insistência a dupla do trabalho original admitiu que uma ópera de 1786 cumpria os critérios e que o prêmio foi dado a quem era de direito. Entretanto nenhuma retratação foi feita quanto ao resultado.
Sempre achei um ponto forte da ciência era a possibilidade de aceitar idéias novas quando as velhas não serviam mais, entretanto a dificuldade em admitir que estava errado está fortemente enraizada em algumas pessoas.
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