terça-feira, 5 de maio de 2009

Como os piratas salvaram a arqueologia

Quando o eBay e outros sites de leilão eletrônico apareceram, a comunidade de arqueologistas ficou de alerta, receosa que a facilidade de comercialização aumentasse o roubo e depredação de sítios arqueológicos.

Alguns anos decorridos esse efeito está sendo avaliado. O arqueologista Charles Stanish da UCLA reporta que realmente sites como o eBay alteraram completamente o comércio de relíquias, mas de uma maneira inesperada.

Ao fornecer uma área livre de comércio de antiguidades e relíquias, o eBay realmente aumentou a demanda por esses itens, mas ao invés de aumentar a pilhagem de sítios arqueológicos o que aumentou foi a produção de cópias. Comunidades inteiras que antes viviam da coleta de itens antigos e raros direcionaram suas atividades para a cópia desses itens.

Em paralelo o aumento da oferta de cópias no mercado (e da qualidade das cópias) deixou os colecionadores mais cautelosos.

Quando Charles Stanish começou a observar antiguidades no eBay ele estimou em 50% de cópias, 5 anos depois, 95%. Com a melhora das técnicas de falsificação hoje ele não consegue dizer com certeza o que é cópia e o que não é, mas na avaliação dele como especialista, 30% são cópias óbvias, os outros 70% ele não sabe dizer.

Hoje a tecnologia para fazer falsificações já está melhor que a tecnologia para identificá-las e quem quer correr o risco de comprar um autêntico vaso chines por $50000 só para em alguns anos a tecnologia melhorar e descobrirem que é uma falsificação.

E olha só a pirataria salvando os sítios arqueológicos.

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