terça-feira, 28 de abril de 2009

Flotsametrics

Tênis perdidos, patos de borracha migratórios, esquimós mortos e a descoberta da América.

Parece uma série de coisas sem relação alguma, mas esses dias ouvindo o podcast do Science Friday, um programa da rádio NPR, descobri o que eles tem em comum.

Curtis Ebbesmeyer é o pesquisador entrevistado que a quase 40 anos estuda correntes marítimas e já faz um tempo tem usado como ferramenta lixo caído no mar.

Por exemplo, um carregamento de tênis perdido permitiu analisar uma grande quantidade de dados relacionando os pés encontrados. Outra que se mostrou uma ótima pra ele foi um carregamento de patinhos de borracha.

E o mais incrível que ele já encontrou foi um gigantesco tanque de cerveja... vazio, para tristeza geral.

Tem várias histórias legais, mas a mais divertida que achei foi a relação de Cristovão Colombo e esquimós mortos.

Pois bem, muitos sabem que Colombo foi salvo pela América, ele planejava alcançar as Índias e se não tivesse o continente americano no meio teria morrido na tentativa. O que menos gente leva em conta é que já se tinha um cálculo da circunferência da Terra e Colombo ignorou isso acreditando que era menor do que realmente é. Mas um fator determinante para Colombo decidir a viagem eram os "chinezinhos" mortos, de caiaque, que ele soube que foram encontrados em algumas praias da Europa.

Algumas vezes um esquimó que saiu para caçar no seu caiaque é pego por uma tempestade e se perde no mar. O pobre esquimó acaba morrendo preso ao seu barquinho e é levado pelas correntes. Colombo havia testemunhado um desses esquimós, que pela aparência ele acreditou que era um chinês. Pelo estado do corpo dava para supor que não estava morto a muito tempo, conclusão do Colombo: Se um "chinês" morreu no seu caiaque pouco tempo antes de chegar na Europa, então a China deve estar logo ali.

Às vezes tudo pode ser feito errado e ainda assim chegar no lugar certo.

Como disse uma conhecida, Colombo era um economista, quando saiu não sabia pra onde ia, quando chegou, não sabia onde estava e fez tudo isso com o governo pagando a conta.

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