quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Vencendo a Rainha de Copas

"It takes all the running you can do, to keep in the same place." - A Rainha de Copas em Alice através do espelho, de Lewis Caroll

Em biologia a hipótese evolutiva da Rainha de Copas pode ser determinada desta maneira: Para um sistema evolutivo, é preciso haver um desenvolvimento contínuo para manter a aptidão relativamente aos sistemas com o qual estão a co-evoluir.

Trocando em miúdos, uma vez que parte das pressões seletivas para evolução são outros organismos biológicos, quem para de evoluir é extinto.

No combate a parasitas uma arma importante é SEXO. Espécies que não fazem sexo não conseguem evoluir rápido o suficiente para combater parasitas. Curiosamente, o rotífero Bdelloid passou os últimos 30 milhões de anos sem fazer sexo e vai muito bem obrigado.

Um grupo pode ter desvendado como o rotífero consegue. A chave para a sobrevivência do rotífero na corrida da Rainha de Copas? Não jogar.

Normalmente se uma colônia do rotífero é infectada com o fungo predador, os rotíferos são extintos. Entretanto, o que descobriram é que o rotífero resiste à seca, ele tem mecanismos internos que permitem a anidrobiose, vida na ausência de água, podendo ser re-animado quando a água voltar.

Se conseguir ficar sem água por mais de 3 semanas o rotífero "escapa" temporalmente do predador, que não resiste tanto tempo desidratado.

Além disso o rotífero em anidrobiose é facilmente carregado pelo vento, enquanto seus predadores naturais, não. Dessa forma fugindo de predadores no espaço e no tempo quando dá.

Aqui tem um vídeo bacana que o Science Friday fez sobre a história, é em inglês:

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