sábado, 7 de março de 2009

Cybertaverna na alta cozinha

E agora voltamos a falar de coisas gostosas.

Pra quem não sabe essa semana e a próxima está rolando a Restaurant Week em algumas cidades do Brasil.

Se você, assim como eu até semana passada, não tem nem idéia do que é Restaurant Week uma rápida explicação:

É a oportunidade de ir em restaurantes assustadoramente caros, só pagando caro.

Uma série de restaurantes muito bacanas (tem a lista no site, só seguir o link lá em cima) servem uma refeição por R$25. Tem umas dicas no site da Restaurant Week que é bom seguir:

Se você se enfiou nessa para não gastar grana tome cuidado com couvert e bebida, os R$25 incluem somente as opções de entrada + prato principal + sobremesa.

Como tem mais um monte de muquirana como a gente nesse mundo é bom chegar cedo, ou tentar reservar. Eu fui hoje, ao meio dia, sem reserva no Bistrô Charlo. Entrei comi e sai. A hora que sai tinha gente com reserva esperando. Meu irmão chegou lá às 13h30, pegou mais de uma hora de fila.

Tem outras dicas, mas essas são as relevantes. As opções de lugares e cardápios dá pra checar no site do evento (aqui novamente: http://www.restaurantweek.com.br/)

Bem, já que mencionei o Bistrô Charlô, vamos falar mais dele:

Bistrô Charlô
Especialidade: Internacional
Chef: Charlô
Endereço: R. Barão de Capanema, 440 – Jardins
Telefone: (11) 3087-4444

O lugar é muito bonito. Espaçoso, cadeiras confortáveis, vários talheres na mesa.

Recusamos o couvert, mas não é só por pão-durice, evitamos couvert sempre que possível pois não somos de comer muito e acaba atrapalhando a performance.

As opções de cardápio eram:

Entradas
Patê Charlô com coulis de framboesa, crostini e verdes variados
ou
Creme de Pupunha com Azeite de Alcaparras.

Prato principal
Tagliatelle com robalo e ratatouille de azeitonas pretas
ou

Caçarola de Frango, damasco, ameixa e canela com couscous marroquino e laranja confitada.

Sobremesa
Torta de gianduia com sorvete de creme e farofinha crocante de avelã.
ou
Encharcada.

Eu fui de patê, frango e torta. Perguntamos o que era Encharcada (uma gemada gratinada, pelo que entendi), mas ninguém quis desistir da torta.

Gostei de tudo. O patê e o frango devo dizer que não me deixaram de queixo caído, mas estavam muito gostosos. O patê tinha a "vantagem" de ser diferente, textura e gosto aos quais não estou muito acostumado. A salada tinha um molho com algo tipo raiz forte ou mostarda.

Agora o verdadeiro motivo de irmos lá foi a descrição da torta de gianduia. É impressionante que ela sobreviveu (se até não superou) as minhas expectativas, muito, muito boa.

Não sei se eu volto lá sem restaurant week, 37 paus no PF não fazem meu coração pular de felicidade, mas valeu muito a experiência.

Uma consideração sobre restaurante. É comum eu me pegar pensando, "40 paus por um pedaço de peixe!!!" ou "R$50 um frango assado!?!" quando leio sobre algum desses restaurantes que estão na moda, ou de alta gastronomia.

Bem, em certos casos acho que tenho razão. Não interessa quão bom seja, ainda é um frango assado e não acho que ele vale R$50. Posso estar enganado, mas não vou pagar R$50 para descobrir.

Entretanto, muitas vezes esses restaurantes são muito mais confortáveis e espaçosos que os buracos onde costumo me enfiar. Além disso podem representar a oportunidade de experimentar algo que não comeria em qualquer outro lugar.

Se for olhar do ponto de vista do custo benefício (ou gasto lucro) talvez muitos desses restaurantes estejam em uma linha justa, muito parecida com outros que eu frequento. Em resumo, não são eles que são caros, eu que ganho mal.

Continuo não pagando R$50 por um frango assado, mas curti muito os R$25 por algo que não se comeria normalmente.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Erros

Curioso, estava olhando alguns sites na internet com dicas de violão e descobri que eu seguro o braço do violão errado.

Lendo mais um pouco e prestando atenção em como eu toco eu descobri que não é só uma questão de segurar errado.

Como eu aprendi segurando errado eu comecei a compensar prendendo o braço do violão entre o dedão e uma porção da palma da mão esquerda. Resultado, não interessa o que eu estou tocando, sempre estou fazendo força com a mão esquerda.

Por causa dessa tensão e pra firmar melhor comecei a pressionar o corpo do violão com o braço direito.

Resultado, pra compensar um erro lá do começo, eu fui acumulando problemas na forma que seguro e toco o violão.

Fui tentar fazer do jeito certo e foi desastroso. A impressão é que as cordas e os trastes estão todos fora de lugar (de certa forma estão mesmo, já que minha mão mudou de posição). Além disso tenho que me acostumar a só aplicar pressão na hora certa, então mais de uma vez me atrapalho com o braço, já que esqueço de tirar a força de algum lugar.

É até divertido perceber como um erro pequeno no começo pode levar a coisas piores no futuro. Mas é até mais legal ver que muitas vezes isso não impede de continuar.

terça-feira, 3 de março de 2009

The teenager audio test

É um fato que nós mudamos com a idade. Uma das mudanças é que perdemos a capacidade de ouvir sons em certa frequência. Vi duas empresas que iam se aproveitar dessa característica.

Uma empresa criou ringtones para celular que adultos (pessoas com mais de 25 anos) são incapazes de escutar. Coisa pra adolescente fazer gracinha em aula.

O outro uso foram lojas em Londres que colocavam sons nessa frequência no meio da música ambiente para deixar adolescentes incomodados e fazer com que eles não se aglomerassem na frente.

Hoje encontrei um teste desse som aqui: http://ilustradanopop.folha.blog.uol.com.br/

Train Horns

Created by Train Horns



Eu escutei, meio baixinho, mas escutei. A Renata não. Conclusão, eu ainda tenho uma cabeça de adolescente. Mas isso a gente já sabia.

Chópíngui

Voltando do mercado, esses relógios de rua confirmavam o que dava pra sentir na pele, 34º. Puta calor. Depois do almoço, aquela moleza a Renata perguntou: "Quer tomar um sorvete?"

Quero, lógico que eu quero, sorvete lidera folgado a minha lista de coisas favoritas. Entretanto, desde que meu fígado abriu o bico tenho sido mais criterioso. Já que não posso comer um pote de 5 litros de sorvete do Makro, quero que a fuga da dieta valha a pena.

Isso levou ao segundo problema. A única sorveteria decente aqui por perto, fica a caminho de Osasco, mas a última vez a geladeira tava quebrada e o sorvete, uma lástima.

Pensa, pensa, pensa e chegamos à uma solução, 2 coelhos com uma "caixa d'água" só, como diria meu amigo Rodolfo. Armados cada um com sua colher de sobremesa, fomos ao Shopping Villa Lobos, compramos um pote de sorvete da Haggen Das, sentamos em um daqueles bancos acolchoados e curtimos um ar condicionado com sorvete.

Não sou muito fã de ir ao Shopping sem um propósito. Se é pra comprar um livro, ver um filme, comprar alguma coisa, não tem problema, mas só ficar passeando aleatóriamente não me agrada. Principalmente se considerarmos que com o preço do estacionamento já morrem uns R$5 só para estar lá. Mas o sorvete com ar condicionado valeu muito a pena. Acho que mesmo com o estacionamento ainda saiu mais barato que pegar aquela quantidade de sorvete em alguma "gelateria" por ali.

Ainda vale a viagem até a Livraria Cultura e um cafezinho. Com a pança cheia de sorvete e cafeína, voltei pra casa dopado de tanta glicose e estimulantes.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Máfia cobra juros mais baixos que bancos brasileiros

A Renata me encaminhou e acho que é legal repassar.

Do blog do Sérgio Dávila

http://sergiodavila.blog.uol.com.br/arch2009-03-01_2009-03-15.html#2009_03-01_18_42_36-2217909-0


Máfia cobra juros mais baixos que bancos brasileiros


O título desse blog é fato, não opinião. O jornal "Washington Post" publicou reportagem de primeira página hoje dizendo que cada vez mais empresa italianas recorrem à Máfia para fechar as contas do mês. É que os bancos locais, que são historicamente mão-fechada na hora de emprestar se comparados com os padrões internacionais, fecharam ainda mais o cofre na crise atual. Com o crédito seco,estima-se que 180 mil empresas italianas tenham ido bater na porta da organização criminosa (a Máfia, que fique claro) para conseguir honrar os compromissos.

Um detalhe chamou minha atenção: segundo a reportagem do diário norte-americano, os mafiosos cobram em média 120% de juros ao ano. Fui vasculhar e achei reportagem desse UOL do fim do ano passado segundo a qual os bancos brasileiros cobram hoje 191,75% de juros no cheque especial, em média, por ano. Essa porcentagem saltou 34 pontos em 2008, no mesmo período em que a taxa Selic de juros subiu apenas 2,5 pontos.

Faça as contas: se o brasileiro entrar R$ 500 no cheque especial, pagará juros de R$ 959,75 ao final de um ano. Se pedir o mesmo valor para um mafioso, terá de morrer "apenas" com R$ 600 de juros. A diferença está no que acontece se você não pagar em dia: com a Cosa Nostra italiana talvez dê para negociar...

domingo, 1 de março de 2009

Os muros da USP

Quando eu era criança a Universidade de São Paulo era praticamente o meu quintal. Nunca fui muito "rueiro", gostava mais de brincar em casa, mas mesmo assim muitas lembranças boas são relacionadas à Cidade Universitária.

Aos sábados e domingos juntava muita gente na USP.

A praça do relógio era plana. Tinham vários campos de futebol na terra batida, um do lado do outro. Lembro que uma vez juntamos dois times de crianças e fomos cedo pra ocupar um desses campos, pouco tempo depois dois times uniformizados de adultos barrigudos (malditos adultos) nos expulsaram de lá.

Aprendi a andar de bicicleta na praça próxima ao CEPEUSP, pouco antes de tomar meu primeiro tombo feio. Eu e meu irmão acompanhávamos minha mãe em caminhadas no bosque ao lado da Física. Lembro de empinarmos uma pipa linda de dragão, toda colorida, feita com um tipo de celofane, que meu tio deu de presente pro meu irmão.

A rua do Matão não tinha lombadas e não sei como nenhum amigo morreu na curva, considerando o quão rápido íamos de bicicleta.

Um certo dia a Reitoria alegou que a USP não tinha estrutura para lidar com os visitantes de final de semana. Não tinham banheiros públicos suficientes nem pessoal para orientar os visitantes e/ou monitorar as instalações. Usando os assaltos e danos ao patrimônio como motivo a USP foi fechada para reformas.

Quando a reforma terminou, ao invés de banheiros públicos e monitores, muros e seguranças. Os campos de futebol da praça do relógio deram lugar a um projeto paisagístico duvidoso.

E assim a Universidade de São Paulo se fechou a comunidade.

Recentemente vejo cada vez mais pessoas utilizando a USP de final de semana, mas as pessoas que estão lá me irritam. Fiquei me questionando se era por que eles estavam se divertindo, enquanto eu ia trabalhar, mas hoje tive certeza que não.

As pessoas que estão empacando meu caminho enquanto eu tento chegar ao trabalho num final de semana não são crianças aprendendo à andar de bicicleta sem rodinhas enquanto o pai segura o banco, mas 15 à 20 marmanjos de colant que ocupam as 3 faixas da avenida, com bicicletas que deve custar mais caro que um carro. Caralho, eles nunca ouviram falar em andar em fila?

O que me irrita é que a USP não abre para crianças com pipas, ou times amadores de futebol, mas abre para pessoas de carro, com camisetas dry fit patrocinadas pelo Pão de Açucar ou alguma outra empresa. A USP continua não sendo uma opção de lazer para a população de São Paulo, mas um espaço pago/negociado para fitness.

Olha só... nem falei de comida.