Feliz Ano Novo!
Parte da graça do blog pra mim está em refletir e ocupar tempo ocioso. Outra muito importante também, é registrar coisas para não esquecer.
Essa vida de sem teto tira a vontade de escrever, tem muita coisa pra fazer e ultimamente mal tenho parado em um lugar.
De Uberlândia fizemos uma breve pausa em São Paulo, depois segui para Indaiatuba, passar o Ano novo com outra parte da família.
O Natal foi excelente, os maiores presentes pra mim foram o Gabriel aprender meu nome (Dan
DAN) e a cara do meu vô bravo quando falei que minha esposa vai me sustentar.
Teve muita coisa divertida, inclusive a surpresa de saber que uma prima está grávida e vai casar. Eu nem sabia que ela estava namorando.
Em São Paulo conseguimos cumprir algumas das metas gastronômicas estabelecidas:
Joelho de Porco no Deigo. Muito legal, o molho era excelente, mas a relação osso/carne era um tanto dura. Muita pele e cartilagem para pouco músculo... vai ver por isso que o molho era bom.

Lamen e Teishoku no Kido Airaku. Melhor lamen que já comi, mas um pouco caro.
Ambos restaurantes de japoneses para japoneses, com cardápio bilingue, ficamos um pouco deslocados, os únicos que não falavam japonês no recinto.
O Kido me surpreendeu com o "pingado desconstruído", nome que dei pra sobremesa de gelatina de café com leite condensado.
Teve uma passagem pelo Il Viteloni que acabou mudando para jantar no Fifties. A pizzaria fez um merecido recesso de fim de ano, a visita vai ficar para 2010.
A passagem de ano foi em Indaiatuba, com muitas crianças. Muitos primos deste lado da família já procriaram e a próxima geração toda estava lá.
Tive uma overdose de Gabriel, Sofia, Giulia, Marquito, Mariana, Jo-jo. Devo dizer que em muitos momentos estava com a resolução que os únicos genes meus que passariam pra frente seriam os dos filhos do meu irmão. Ser tio já cansa pencas, imagina, pai.
Mas no fundo a experiência é bem compensadora. Imaginar que temos uma parte no que essa garotada está virando no futuro é bem interessante. Mesmo que seja levar umas porretadas, socos, apartar brigas, responder "porques", jurar que alado quer dizer "duas bundas", ensinar a jogar nintendo wii.
Gostei muito de brincar com o Gabriel, brincar de morrer cheirando um pilãozinho, de fazer
ding nas plantas, fingir ser acordado e nanar repetidamente.
A passagem de ano teve algumas reflexões dietéticas também. Alguns dos parentes estão com o peso acima do saudável. Era até bobo ver as tias que fizeram uma tonelada de doces e comida falando que eles tem que fazer dieta. E eu lembro que são as mesmas pessoas que a vida toda me incentivaram a comer muito. Não entenda mal, não estou culpando ninguém, é só que na minha família muito carinho era feito pelo estômago, fazendo o que um gosta e comendo muito pra mostrar que gostou.
Pra mim foi um choque quando a Renata me mostrou que
não precisa comer até passar mal, dá pra comer só até ficar satisfeito.Mas não é fácil, principalmente quando tem um monte de coisa que você gosta de comer na sua frente. Falei com meu primo,
dieta começa no supermercado. É difícil começar uma dieta quando sua dispensa está cheia de chocolate. O lance é procurar uma nutricionista, bolar coisas que sejam compatíveis com a sua rotina e seguir o melhor que dá.
De resto percebi que ando muito nervoso. Gritei demais quando as coisas não eram feitas do jeito que eu queria, coisa muito feia e me senti mal depois. Me senti ridículo de perceber que tinha gritado por causa de uma concha (de cozinha, não do mar), pior ainda ter ficado com raiva disso por muito tempo. Raiva mesmo.
Talvez seja uma boa resolução de ano novo, tentar ser mais controlado, não gastar tanta energia machucando pessoas que eu gosto com coisas tão sem importância.
Possível que estar tão impotente frente as coisas que realmente incomodam me fazem descarregar onde não devia. Isso pode até ser explicação, mas não justifica machucar quem a gente gosta.