João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
Felizmente para mim ainda tem muito o que descobrir em neurociências.
A memória muitas vezes se comporta como o poema de Drummond, um pedaço de informação pode puxar uma trilha de outras que nunca sabemos onde vai parar.
Durante um concurso me perguntaram sobre neurotransmissores que não seguem a liberação sináptica.
Ali, naquele momento de nervosismo eu só consegui me lembrar de neurotransmissores gasosos, NO e CO.
Depois da prova uma série de informações que estavam "represadas" pularam para consciência. Os neurotransmissores lipossolúveis.
Neurotransmissores que "dissolvem" em gordura passam direto pela membrana e portanto não são estocados ou liberados por vesículas sinápticas. Mas o legal é a trilha de informações que se formou na cabeça puxando essas informações, foi mais ou menos isso.
1) Lembrei de ter lido a descoberta de um ligante endógeno do receptor de canabinóides.
We're all potheads deep inside - Simplificando, nós fabricamos nossa própria maconha.
2) Isso puxou a lembrança do bolo de maconha.
Para fazer o bolo a maconha é misturada com a manteiga, como o THC (substancia ativa da maconha) é lipossolúvel ela passa para a manteiga que pode ser usada na produção de alimentos que dão barato.
Resultado:
3) GAH! Canabinóides são lipossolúveis e possuem um receptor próprio.
E foi mais ou menos isso. Queria que essa história fosse sobre como a maconha salvou minha prova, mas vai ter que ser só um comentário sobre como a memória deixa passar as coisas nos momentos mais críticos.
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