sábado, 23 de maio de 2009

Trabalho, trabalho, trabalho

Nunca achei que trabalho fosse relativo. O pessoal por aqui trabalha pacas, muito mais do que eu costumava trabalhar durante o doutorado.

Ainda assim é normal ver os chefes reclamando que ninguém trabalha, ou que trabalha pouco.

Ontem percebi um dos motivos dessa diferença de percepção.

Por acaso foi um dos dias que mais trabalhei por aqui, não parei o dia todo, corri atrás de cotações de preço de material, pedidos para assistências técnicas, lavar material, manutenção dos equipamentos, lava isso, guarda aquilo, conversa com suporte técnico, escreve e responde um buzilhão de e-mails.

E a verdade é que nenhum resultado foi gerado. A quantidade de trabalho necessária para a manutenção aqui é gigantesca. Por exemplo, no doutorado usávamos muito material estéril descartável, aqui tem que ser tudo lavado, separado, preparado e autoclavado, consumindo semanalmente uns bons 2-3 dias de trabalho de alguém (dividimos isso em 3 pessoas por enquanto).

Devo confessar que o meu ladinho ecológico adora reaproveitar material ao invés de usar descartável, mas no final somos cobrados por resultados e essa manutenção toda não é levada em conta.

Para uns a medida do trabalho é o tempo gasto e esforço colocado, enquanto que para outros é o produto gerado, é frustante que nem sempre (ou quase nunca) os dois correspondem.

Um comentário:

  1. Imagino o Doutor Daniel, em sua sunga de crochê e sandalias de fibras naturais, lavando frasquinhos e se roendo de vontade de jogar tudo no lixo.
    Abraços

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